Emocionados e entristecidos, a Sociedade de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista do Estado do Rio de Janeiro (SOHCIERJ), amigos e familiares reverenciam aquele que deixa em nossos corações e mentes uma imensa saudade. Norival Romão, cujo nome evoca força e poder, viveu exatamente de acordo com essas qualidades. No entanto, o querido Professor Norival transcendeu sua personalidade forte, transformando-a em uma cativante arte de formar discípulos, reunir amigos e aproximar pessoas, como se fossem irmãos e filhos. Norival deixou um legado inestimável. Nascido em 15 de junho de 1940, na cidade de Marília, ele se encantou pelo Rio de Janeiro e, ainda jovem, ingressou na Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na Sexta Enfermaria de Cardiologia da Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro, destacou-se como um dos cardiologistas mais brilhantes de seu tempo, sendo lembrado e reverenciado até os dias atuais. Dotado de raciocínio lógico e profundo conhecimento das bases da hemodinâmica e fisiologia cardiovascular, Norival também se destacou como autodidata no laboratório de hemodinâmica e intervenção cardiológica. No campo da educação, foi professor da Fundação Técnico Educacional Souza Marques, onde estimulou, incentivou e orientou mais de uma dezena de discípulos no caminho da cardiologia intervencionista. No Hospital de Cardiologia de Laranjeiras (atual INC) e na Santa Casa, chefiou com ousadia e talento os Setores de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista. Na esfera associativa, foi membro fundador das SBHCI, SOLACI e SOHCIERJ, além de ter sido Diretor Científico da SOCERJ. Pioneiro em muitos aspectos, foi um dos primeiros no Brasil a realizar o tratamento percutâneo da estenose aórtica grave. Apaixonado pela família, tinha em sua esposa, Vilma Romão, sua maior joia, sempre a exaltando ao lado de seus filhos e netos. Admirador da Cruz de Malta, sua paixão pelo Vasco da Gama só não superava o amor que dedicava à Medicina. Como médico, cientista e inovador, possuía o senso crítico indispensável aos grandes mestres. Contudo, em família e entre amigos, era leve e bem-humorado, sem perder a gentileza. De sorriso franco e olhos azuis penetrantes, estava sempre disponível para uma conversa, um conselho ou uma palavra de apoio. Acreditava na vida e, mesmo sem apego a dogmas religiosos, tinha uma fé imensa nas pessoas. Hoje, Norival se junta ao panteão dos médicos brasileiros inesquecíveis, sendo para sempre reverenciado e lembrado.
É nosso dever perpetuar sua memória.
Ele merece.
P.S.: Foi amado em vida. Intensamente!